
Seu imóvel está em área de fronteira e irregular? Veja o que fazer
Você sabia que imóveis localizados em área de fronteira exigem cuidados jurídicos específicos? Muitos proprietários desconhecem que sua matrícula pode estar irregular por falta de ratificação da União, o que pode impedir a venda, o financiamento e até gerar nulidade do registro.
Neste artigo, você vai entender como identificar se o seu imóvel está em área de fronteira, o que fazer para regularizar a situação junto aos órgãos competentes e por que isso é essencial para garantir segurança jurídica e valor patrimonial.
O que são áreas de fronteira e por que elas exigem atenção especial?
Segundo a legislação brasileira, as áreas de fronteira abrangem uma faixa de 150 km de largura ao longo das fronteiras do território nacional. Imóveis dentro dessa zona estão sujeitos à autorização da União para determinados atos, como a ratificação de posse ou domínio.
Isso significa que, mesmo com escritura e registro, o imóvel pode estar irregular caso não tenha sido submetido ao procedimento de ratificação exigido pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
Consequências da falta de regularização
- Impedimento para venda ou transmissão do bem
- Bloqueio de matrícula em cartórios de registro de imóveis
- Impossibilidade de obtenção de crédito ou financiamento rural
- Risco de nulidade do registro imobiliário
Como saber se meu imóvel está em área de fronteira?
A verificação é simples. Basta consultar a localização do seu imóvel no mapa do IBGE ou entrar em contato com um profissional especializado. Municípios situados dentro da faixa de 150 km da linha de fronteira estão automaticamente dentro dessa zona especial.
Além disso, o cartório de registro de imóveis costuma indicar, na matrícula, quando há necessidade de ratificação por estar em área de fronteira.
O que é ratificação fundiária e por que ela é obrigatória?
A ratificação fundiária é o procedimento jurídico necessário para validar a aquisição de imóveis localizados na faixa de fronteira. Ela deve ser autorizada pela União, por meio da SPU, e formalizada nos registros públicos.
É um passo fundamental para dar validade ao domínio adquirido por compra, doação, partilha ou posse exercida há anos, especialmente em áreas rurais.
Documentos necessários para iniciar o processo:
- Matrícula atualizada do imóvel
- Cópia da escritura pública de aquisição
- Planta georreferenciada e memorial descritivo
- Certidões negativas de débitos e confrontantes
Passo a passo para regularizar um imóvel em área de fronteira
1. Diagnóstico da situação
O primeiro passo é saber se há pendências cadastrais ou legais em sua matrícula. Um advogado especializado em direito imobiliário pode te orientar com precisão.
2. Levantamento técnico e jurídico
É preciso providenciar planta georreferenciada, dados técnicos e certidões do imóvel. Com isso em mãos, o pedido de ratificação pode ser instruído.
3. Requerimento junto à SPU
O pedido deve ser feito à Secretaria do Patrimônio da União, com toda a documentação exigida. Em casos mais complexos, pode haver necessidade de manifestação da Advocacia-Geral da União (AGU).
4. Averbação no registro de imóveis
Após deferimento, o despacho de ratificação é averbado na matrícula do imóvel, tornando o registro plenamente válido e regularizado.
Quando a ratificação é obrigatória?
A ratificação é obrigatória sempre que o imóvel estiver em área de fronteira e for adquirido de particular, ou quando houver desmembramento, remembramento ou transferência por herança, partilha ou venda.
Mesmo imóveis antigos ou já registrados podem precisar do procedimento, caso não haja autorização formal da União na matrícula.
FAQ – Perguntas Frequentes
Imóvel com matrícula registrada precisa de ratificação?
Sim, caso esteja em área de fronteira e não haja registro da autorização da União, a matrícula pode ser considerada irregular.
Ratificação é necessária para imóveis urbanos?
Depende da localização. Imóveis urbanos em faixa de fronteira também podem estar sujeitos ao procedimento, principalmente se forem de grande extensão ou resultarem de partilha, herança ou doações.
Quem pode solicitar a ratificação?
O próprio proprietário, por meio de advogado, ou o espólio nos casos de imóveis herdados. O procedimento deve ser instruído com documentos técnicos e jurídicos.
É possível vender imóvel em área de fronteira sem ratificação?
Em geral, não. Cartórios podem recusar a lavratura da escritura ou a averbação da compra e venda caso a ratificação não tenha sido realizada.
Conclusão
Imóveis em área de fronteira exigem atenção redobrada. A falta de ratificação fundiária pode travar operações de venda, herança ou financiamento, além de comprometer a validade do registro.
Com orientação jurídica especializada, é possível regularizar a situação, proteger seu patrimônio e evitar riscos futuros. O escritório Bonfante e Lemos Advogados Associados está preparado para oferecer todo o suporte necessário, com atuação ética, estratégica e técnica.
Publicado em: 23/04/2025
Sumario
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