Como Cobrar Inquilino de Forma Correta e Legal no Brasil
Cobrar um inquilino pode ser uma tarefa delicada, principalmente quando o atraso começa a comprometer a renda do proprietário ou gerar medo de conflitos. Ao mesmo tempo, agir por impulso ou de forma incorreta pode causar problemas jurídicos. Por isso, compreender quais medidas são permitidas, como realizar a cobrança de forma estratégica e quando buscar apoio jurídico é essencial para proteger o patrimônio e manter a relação locatícia funcionando.
O que considerar antes de cobrar o inquilino
Antes de qualquer cobrança, é importante avaliar o histórico do inquilino, o conteúdo do contrato e as particularidades da situação. Muitos atrasos acontecem por dificuldades momentâneas, e uma abordagem profissional costuma ser suficiente. Outras vezes, a falta de pagamento é recorrente, exigindo medidas mais firmes previstas na legislação.
Caso o proprietário deseje orientação personalizada ou precise enviar uma notificação formal, a Bonfante e Lemos Advogados Associados pode auxiliar no processo. Acesse aqui para contato.
Como cobrar um inquilino de maneira correta
A cobrança deve sempre respeitar a legislação e evitar qualquer atitude que possa caracterizar abuso ou constrangimento. A seguir, estão as etapas essenciais para realizar a cobrança de forma segura.
1. Verifique o contrato de locação
O primeiro passo é analisar o contrato firmado entre as partes. Nele devem estar definidos o valor do aluguel, a data de vencimento, os encargos, os juros por atraso e eventuais multas. Esses elementos são fundamentais para uma cobrança precisa e alinhada ao que foi acordado.
Caso o contrato esteja desatualizado ou mal elaborado, é recomendável revisar o documento com apoio profissional. Você pode solicitar orientação clicando aqui.
2. Entre em contato de forma gentil e formal
O contato inicial costuma ser suficiente para resolver muitos casos. É indicado enviar uma mensagem educada, lembrando o atraso e solicitando a regularização. Sempre registre a comunicação, seja por e-mail, mensagem ou carta.
Evite atitudes que possam causar constrangimento ou ameaça, pois isso pode gerar consequências legais para o proprietário.
3. Envie uma notificação extrajudicial
Quando o atraso persiste, a notificação extrajudicial é a forma mais segura e eficaz de comunicar o inquilino sobre a pendência e solicitar o pagamento. A notificação formaliza a cobrança e serve como prova futura.
Conteúdo básico de uma notificação extrajudicial
- Identificação do locador, locatário e do imóvel.
- Especificação das parcelas em atraso.
- Valor atualizado com juros e multa previstos em contrato.
- Prazo para pagamento.
- Possíveis consequências legais.
Notificações enviadas por advogado apresentam maior força e seriedade. Para solicitar o envio correto, acesse nossa página de contato.
4. Entenda o que a legislação permite
A Lei do Inquilinato regula a relação entre locador e inquilino. Ela estabelece que o locador pode cobrar juros, multa por atraso e corrigir valores conforme contrato. Além disso, permite ação judicial para retomada do imóvel quando o inquilino não paga.
Para consultar o texto legal completo, acesse o conteúdo oficial da Lei do Inquilinato no site do Planalto: Lei 8.245 de 1991.
5. Registre tudo
Comprovantes de mensagens, boletos enviados, extratos, notificações e conversas são essenciais. Esses registros ajudam em uma eventual ação judicial e evitam interpretações equivocadas sobre a cobrança.
6. Quando é o momento de acionar a Justiça
Se o inquilino permanece inadimplente após tentativas amigáveis e notificação formal, é possível ingressar com ação judicial. A Lei do Inquilinato prevê o pedido de despejo e a cobrança dos valores devidos no mesmo processo.
Contar com advogados especializados pode acelerar o procedimento e garantir que todas as formalidades sejam cumpridas. Caso precise de suporte, clique aqui.
O que o proprietário não pode fazer ao cobrar o inquilino
Existem práticas proibidas que podem gerar responsabilização civil. Entender o que não é permitido é tão importante quanto saber como cobrar.
Ações proibidas
- Entrar no imóvel sem autorização.
- Cortar água, luz, internet ou outros serviços.
- Constranger o inquilino publicamente ou de forma insistente.
- Ameaçar o locatário de qualquer maneira.
- Expor o nome do inquilino em redes sociais ou condomínios.
Estratégias eficazes para resolver o atraso
Algumas soluções podem ajudar a resolver o inadimplemento antes que a situação evolua para algo mais grave.
Negociação de prazos e parcelamentos
Em muitos casos, ajustar o vencimento ou parcelar as dívidas reduz conflitos e evita processos. O proprietário deve sempre formalizar qualquer acordo, preferencialmente por escrito.
Reforço contratual
Atualizar o contrato, incluir garantias mais seguras e revisar cláusulas são formas de prevenir novos atrasos. A orientação jurídica ajuda a definir as melhores estratégias.
Uso de garantias adequadas
Caução, fiança, seguro fiança e outras modalidades podem proteger o proprietário. O ideal é avaliar qual delas é mais adequada a cada perfil de inquilino.
Caso prático hipotético
Imagine que o inquilino deixe de pagar o aluguel por dois meses consecutivos. O proprietário tenta contato amigável, mas sem sucesso. Ele então envia uma notificação extrajudicial com prazo para pagamento. Após o descumprimento, a ação judicial é proposta. Com os documentos corretamente organizados, o pedido de despejo e a cobrança dos valores ocorrem de forma mais eficiente. Esse é o procedimento previsto em lei e com alto índice de resolução.
Perguntas frequentes sobre cobrança de inquilino
O proprietário pode cobrar multa por atraso?
Sim. A multa deve estar prevista no contrato e seguir limites razoáveis. É comum que o valor seja definido em percentual fixo sobre o aluguel. Além disso, podem ser aplicados juros e correção monetária conforme acordado.
É permitido protestar o nome do inquilino?
Sim, desde que a dívida esteja devidamente comprovada e seja líquida e exigível. Contudo, esse procedimento deve ser conduzido com orientação profissional para evitar erros formais.
Quanto tempo o proprietário deve esperar antes de entrar com ação?
Não existe um prazo mínimo na legislação. Se o inquilino não paga e não responde às tentativas de cobrança, a ação pode ser proposta a qualquer momento, respeitando os procedimentos legais.
A notificação extrajudicial é obrigatória?
Ela não é exigida por lei, mas é fortemente recomendada. A notificação organiza a cobrança, demonstra boa-fé e serve como prova essencial em eventual ação judicial.
O proprietário pode pedir o imóvel de volta sem ação judicial?
Não. A retomada compulsória do imóvel só pode ocorrer por meio de decisão judicial, respeitando a Lei do Inquilinato e garantindo os direitos das duas partes.
Conclusão
Cobrar um inquilino exige equilíbrio entre firmeza e cuidado. A legislação oferece mecanismos claros para proteger o proprietário, mas é fundamental seguir os passos corretos, evitar práticas ilegais e manter registros completos. Quando a situação se torna persistente, o auxílio jurídico especializado garante que o processo siga de forma segura, eficiente e alinhada à Lei do Inquilinato.
Caso deseje apoio para cobrança, envio de notificação ou orientação completa sobre o processo, você pode entrar em contato com a Bonfante e Lemos Advogados Associados acessando este link.
Publicado em: 10/12/2025
Sumario
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OAB/PR 125.715
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